Jaime Lerner é uma pessoa que não deveria morrer. E, na verdade, não morreu. Está muito vivo e haverá de nascer todo dia nos mil e um lugares de Curitiba que encantou com sua genialidade.
Há uma Curitiba antes e outra Curitiba depois de Jaime Lerner. Jaime mudou para sempre a nossa história. Fez com que Curitiba ficasse do tamanho do mundo. Então, por onde quer que a gente caminhe, pode encontrar com ele.
A revolução urbanística protagonizada por Jaime Lerner inventou um novo idioma. Hoje, todos sabem o que é uma estrutural, um ônibus expresso, um sistema trinário, um alimentador, um ligeirinho, uma estação-tubo. Antes, quem sabia?
Hoje, todos sabem o que é o Centro de Criatividade, o Teatro do Paiol, o Museu Oscar Niemeyer, a Ópera de Arame, o Jardim Botânico. Não há quem desconheça os parques São Lourenço, Barreirinha, Barigui, Iguaçu. Antes do Jaime, quem conhecia e sabia?
Hoje, todos conhecem a Fundação Cultural de Curitiba, a Casa da Memória, o Solar do Barão, a Cinemateca, o Conservatório de Música Popular Brasileira. Quem, antes do Jaime Lerner, conhecia?
Hoje, todos caminham pelo calçadão da Rua das Flores, pelas calçadas históricas do Largo da Ordem, por centenas e centenas de ruas à sombra de milhões de árvores nativas. Por onde, antes do Jaime?
Hoje, todos sabem o que fazer com o lixo que não é lixo e não há quem ignore a Cidade Industrial de Curitiba, todos conhecem o Museu de História Natural e o Parque da Ciência. Antes, alguém sabia e conhecia?
Enfim, Jaime Lerner não tem fim. Aprendi muito com ele. Aprendi, principalmente, a amar a cidade onde nasci e esgotei o sentido da minha vida. Aprendi a ter orgulho de ser curitibano. Tecidos da minha alma, que irão comigo até uma esquina qualquer em que o Jaime haverá de sorrir para mim, os olhos a desenhar dois risquinhos de alegria.
Jaime foi o irmão mais novo e o mais velho de todo curitibano. Imortal